Descrição enviada pela equipe de projeto. A Escola“Nuevo Continente” em Celaya busca ancorar-se à paisagem e torná-la operacional no projeto, alcançando assim enriquecimento mútuo. O terreno é localizado em um planalto que se estende sobre um árido deserto com pouca vegetação. O prédio mistura-se à paisagem de uma maneira similar ao que acontece entre objeto e plano de fundo em uma perspectiva visual, o que também contribui para um melhor aproveitamento do clima, além de otimizar tempo e gasto ao longo da construção.
O processo começou com uma busca por “intervalos” nas atividades diárias entre os habitantes do edifício: os estudantes. O objetivo era encontrar um equilíbrio entre os espaços do edifício, traduzi-los de forma a obter certo ritmo de áreas vazias ou “pátios-jardim”, enfatizados pela linguagem
Os resultados de tratar espaços públicos através de “intervalos” podem ser vistos na capacidade de movimento dos diferentes blocos, bem como entre as suas escalas. Areas onde atividades podem ser articuladas por passagens livres, o que permite entender e sentir os campos de ação e percepção. Opta-se por implodir ao invés de causar um estrondo, dessa forma a vegetação que ocupa lentamente o espaço através da criação de microclimas entra em destaque.
O piso se estabelece sobre um espesso chão no qual a escola destaca-se por conta de seu método construtivo sustentado por paredes estruturais, que podem ser aproveitadas por completo quando tensionadas ao seu esforço máximo.
A horizontalidade e aridez do contexto determinou a coloração terrosa dos tijolos, usados como material principal. A estrutura apresenta uma textura entrelaçada, criada por uma série de aberturas e de lajes sólidas, que compõe a estrutura dinâmica, consistida por vãos de concreto pré-moldado relativos às salas de aula, e pérgolas localizadas nos intervalos correspondentes aos jardins dos pátios. A modulação no edifício torna possível o uso de um único tipo de partição, assim como o detalhamento do piso.
Agir em relação ao que está próximo, imediato, tátil, o que atrai o olhar a primeira vista, nos permite entender a textura do tempo e as dimensões que estão sendo modificadas pela ação dos estudantes ou outros possíveis visitantes do edifício. A arquitetura então consegue mesclar-se ao cenário e permite, se necessário, a possibilidade de mudança de programa no futuro.